segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Avé

Ohhhhhhhhhhhhhh
Bacano do bacano
Oh bacano bacaniço
Bacano do bacano
Oh bacano seu chouriço

Epah. Cheguei a casa com vontade de defecar. E, em vez de me estar a esmifrar no trono sem fundo, vim para aqui escrever. Das duas saiu logo a pior. É mau, muito mau.
Mas vamos lá ver. Ao menos não ando aqui a lamber botas. Já agora, quando falo em lamber botas, não vos lembra nada? Assim sectores de trabalho?
Pensemos...
Vá, não custa nada puxar pela "cachimónia". Lembrará bombeiros? Não. Lembrará médicos? Vamos dizer que não para sermos bem educados. Lembrará funcionários públicos? Vamos supor que não. Espera aí... Políticos. É isso. Essa gente que acha que, por saber de política, sabe governar. Esses mesmos. Vamos proclamar a uma voz bem alta: SEUS LAMBE-BOTAS.
Mas pronto. A culpa não é deles. Infelizmente (e isto até só para alguns), vivemos num país onde somos ensinados a lamber botas desde relativamente cedo, para chegarmos a algum lado. Digo desde o primeiro ano da faculdade. Toca a pensar (já estou a pedir demais). O que fazem os universitários portugueses no seu primeiro ano, que engloba fazer tudo o que outros mandam para que, em anos seguintes, eles possam ter uma posição social de maior relevo dentro do ambiente académico? Ah pois é. Chama-se praxe. Não concordam comigo? Pois não. Aquilo é tudo uma alienação. Quem não concorda é posto minimamente de parte.

Concordam? Pois é porque vêm naquilo uma autêntica treta. Ora bolas! Temos que fazer figuras estúpidas e degradantes, andam numa espécie de ditadura a humilhar-nos para no ano seguinte andarmos a fazer o mesmo? E tudo isto num teatro de "mongas"? Qué é isto? "Ai é para aprenderes valores e coisas boas." Que género de valores? Tratar os alunos novos abaixo de cão para os fazer sentir integrados e depois dizer que é tudo na brincadeira? Obrigá-los a ir mesmo que não queiram, dizendo no início que não é bem assim? Ora que porra.
Chegam a falar de diversão, mas quem tem meio dedo de testa anda lá tipo Mr Bean na montanha russa, o resto a gritar e o desgraçado quase a adormecer, não tendo aquilo graça nenhuma para ele. "Ai um, dois, três... sessenta e oito, sessenta e... PAROU. É sessenta e oito mais um!" Mas que pu*a de piada. A sério, estes gajos deviam ir ao "levanta-te e ri". Mas só se fosse ao vivo de um cemitério. Não são homens o suficiente para dize-lo? Sessenta e nove, carago! Se calhar nunca fizeram e, portanto, não dizem. São meninos que só agora se vêem livres das mamãs e dos papás e obrigam depois as caloiras a simular orgasmos na praxe, para depois irem para casa tocar-se a pensar na cena.

Tudo isto torna o ambiente académico uma autêntica seca. Já não basta os nerds a falar daqueles jogos que eu nem sei descrever, cheios de monstros e tal, com nomes esquisitos, a rirem-se de coisas sem piada; que ainda há os praxis nerdis sempre a falar da mesma coisa: "ah e porque hoje fui comprar esta insígnia... e porque hoje o doutor não sei que mer*a disse a este caloiro para ele fazer de porco... e porque este não pode praxar porque não fez isto e aquilo...".
Enfim. É mesmo isto. É só um ponto de vista que não merece ponto de vista sequer. Mas pronto. Aquilo realmente não tem assunto.
Ninguém ensina respeito sem mostrar respeito. E, como disse, é fazer tudo o que me mandam para poder ser alguém naquela sociedade académica - lamber botas. É um autêntico Carnaval. Andarmos a imitar as gentes do século XIX na maneira de vestir, em vez de andarmos normalmente como estudantes que somos. O que explica também porque andamos meio século atrasados e somos um país retrógado - se já nisso andamos ainda no século XIX...
Tenho dito.

Bacano do bacano
Oh bacano bacanudo
Bacano do bacano
Oh bacano seu canudo...