sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Cada vez que ele fala...

Já ninguém o pode ouvir. Cada vez que ele fala alguém fica com o estômago às voltas. Pica sempre alguém. Serve-lhes sempre a carapuça. O presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, responde às perguntas e usa da ironia para analisar os momentos do seu clube e dos outros que lhe fazem frente. Tudo muito banal. Não fosse a genialidade com que o faz, provocando a agitação entre terceiros. Depois, vêm dizer que ele só se preocupa com os outros, por isso esses outros é que são grandes e tal. E quando esses outros só falavam no Porto, a dada altura, quando tentaram ir caprichosamente UEFA Champions League? Pois, aí ninguém se lembra. Só eles é que podem falar de quem lhes apetece. Este aqui não. Já lhes dói.

O homem faz as suas análises ao estado do clube, as boas contratações e vendas que efectuou, os resultados crescentes que têm aparecido, os ataques de outros ao seu clube e o estado dos adversários directos que, obviamente, são importantes. E, após isto, parece mais que tinha em suas mãos uma metralhadora super-potente que disparou tiros para todos os lados. Após tal efeméride, vêm os aleijadinhos mandar vir magoadinhos.

É um homem que luta e defende o que é seu. Para os outros está tudo bem e não passa de um arruaceiro que só faz guerras. Mas para quem é do mesmo clube e, acima de tudo, da mesma região entende a sua, não guerra, mas justa reivindicação. Contra o centralismo e clubite lisboeta que paira um pouco por todo o país, a começar pelos órgãos de divulgação jornalística. Isto, expandido às outras vertentes não futebolísticas, eu apoio.
Que ele corre o risco de não ser santinho nenhum. Isso todos corremos. As escutas telefónicas que tanto invocam para o condenar são ilegais? São. são verdadeiras? São. Provam alguma coisa? Não provam nada. Conteúdo? Um: uma sigla J.P. que todos julgaram referir-se a Jacinto Paixão - árbitro. Falso, tratava-se de Joaquim Pinheiro - dirigente portista. Dois: uma escuta que apenas mostra o encaminhamento de um árbitro a sua casa. E a partir daí? Prova-se mais alguma coisa? Se se prova, então o que provará um jantar entre um dirigente benfiquista e um árbitro em Penafiel? O que provará uma escuta entre esse dirigente e o então dirigente dos órgãos de futebol nacional a, expressamente, escolher um árbitro? O que prova a mudança á última da nomeação de um árbitro num certo jogo contra o S.C. Braga? O que provam os mergulhos de João Vieira Pinto em 2002?

Conclusão: perseguição. Perseguem-no constantemente. Porque simplesmente acabou com a submissão de quase todo o século XX do norte ao sul. Tornou possível a conquista de títulos que eles lá em baixo nem sonham alcançar. Talvez, se parassem com as teorias da conspiração e pensassem com objectividade, até teriam suspeitas mais credíveis de possíveis actos menos lícitos do homem. Talvez conseguissem ganhar mais um pouco de títulos.

E, mesmo que toda a teoria da corrupção fosse verdade, nada pagaria, no ido século passado, o Calabote e o seu tempo de compensação recorde, o treinador-adjunto do Benfica que foi orientar o adversário do Porto, o campeonato que ficou no norte porque a chamada para o árbitro caiu, o jogo no meio do nevoeiro com um penalty por falta a meio campo, os jogadores desviados por mão do estado para o Benfica e proibidos de lá sair...

O problema todo, não é isto pairar só a nível do futebol. Não me importava e era para o lado em que dormia melhor. O problema é isto ser a nível geral neste país. Afundam as personalidades queridas e defensoras a todo o custo do que é seu, favorecem os choramingas e homens de paleio igualmente suspeitos de crimes e centralizam tudo para sul.

Por isso é que, cada vez que este fala, rolam cabeças...