terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Conto de Natal (é desta)

Hoje é, sem dúvida, um grande dia. É mesmo! Hoje vai ser batido um recorde. De quem? Pois digo-vos: é dessa nódoa com sotaque à "lisbonete" que anda sempre a dizer "Porreiro pah!" e isto de porreiro não tem nada - pelo contrário, é uma grande bosta. Falo-vos do Eng.(?) Sócrates. Digamos que há dias sua "Pessimencia" dizia que 2009 ia ser um bom ano e agora, de repente, diz que vai ser difícil para os portugueses. Pois bem... Vá-se lá compreender estes dirigentes políticos. Pois, porque de governantes não têm nada. Só se for governantes deles mesmos. Já nós simplesmente vamos voltar atrás num dito. Vamos mesmo fazer um conto de Natal. A história vai sendo inventada à medida que escrevemos. Vale a pena o esforço? Claro que não. Mas como está no intervalo de um filme (e sabemos que vai ser grande; ao contrário do que seria se fosse uma repetitiva e estúpida novela) vamos lá gastar tinta (entendam-se pixéis; hoje ando com a mania dos parêntesis).

A nossa saga começa em Revilhães. Lá vivia o nosso herói. Nome: Zé Zeferino Pereira dos Limites. Nome de código: Zé Ninguém. Isso mesmo. Este era o verdadeiro "Zé Ninguém". O grande buraco da sociedade. Quando nasceu, a sua mãe gostava tão pouco dele que tentou sair as escondidas da maternidade, abandonando-o lá, mas sem sucesso. Pois sucesso não era grande qualidade daquela família. O Zé nunca acabou a primeira classe. Era tão "burro" que pensava que a soma de um com um era dez. Tão estúpido que nunca decorava os nomes das cores; só de uma, o azul (vá lá). Tão má pessoa que nunca pensava ajudar os mais necessitados. Mandava-os mesmo à fava. Era tão teimoso que nunca andava na linha da moda dos ídolos de música de então. Era troçado por não ouvir as mesmas músicas dos seus colegas. Vivia com a mãe, sendo quase um trintão, que chegava podre de bêbeda a casa à noite após o seu trabalho. O Zé era a verdadeira pessoa de quem nunca gostaríamos de vestir a pele. Passava os dias no quarto sem fazer nada. Esse mesmo quarto tinha montes de meias espalhadas pelo chão, endurecidas pelas sessões de pornografia deste "cromo".
Enfim. Certa noite, que por acaso era a de 25 de Dezembro (ele "defecava" de alto no Natal; cá estão os parêntesis), o Zé lá se cansou dos filmes da Jenna Jameson e deitou-se a dormir. Bateram à porta do quarto. E grita o Zé "Vai dormir sua bêbeda!" (isto para a mãe). Respondem do outro lado "Não sou a tua mãe! Sou o Espírito do Natal do Passado!". "Põe-te no car*lho que tou farto de aturar burros!", retorquiu o Zé. "Mas..." dizia lá o ENP quando o Zé: "Mas nada! Se não sais daí, pego num guarda-chuva, enfio-to pela goela abaixo e tiro-o pelo cu para escoar toda a mer*a que tens dentro de ti à excepção da que está na cabeça!". Do outro lado da porta não se ouviu mais nada. Seguiu a noite, mas fora de ser calma. Voltam a bater à porta. "Eu sou o Espírito do Natal do Presente!", foi a identificação dada. O Zé só atirou uma bota de trolha cheia de cimento que herdara do pai. O Espírito lá foi embora. Volvidos só dez minutos, voltam a bater à porta. Zé, completamente fulo, saca da caçadeira e manda dois tiros que soltaram palavrões dos sete cantos do bairro. Restabelecida a paz, Zé conseguiu finalmente dormir. Estava-se marimbando para o Natal, enfim.

Começa então o sonho do Zé. Estava de volta à primária, infância perdida. Mas, em vez da professora de cabelos brancos pegajosos, óculos fundo de pipo e dedo cheio de pus, estava uma professora trintona, com uma camisa apetrechada de um enorme decote, e saia a deixar ver umas pernas que, definitivamente chamavam à atenção. Começa a docente a falar "Meninos, hoje teste oral!", lambendo ao de leve os lábios. A mesa do Zé estava quase ao nível do seu queixo. Começam as perguntas. "Zé [logo quem!], que cores são estas?". No quadro estavam desenhados quadrados de várias cores. O Zé, envergonhado, só conheceu uma, o azul. Gargalhada geral. O Zé estava a ser troçado neste pesadelo. A professora grita "Calem-se seus cocós! Só sabem gozar com os outros! Queria ver se fosse convosco. Se ele não sabe ensinemo-lo. Talvez por não fixar cores, seja um dia alguém que escolha os nossos governantes por aquilo que eles são e não por serem ou não da sua cor! Rita, analisa-me aí o ritmo de uma música à escolha.". A Rita começa a falar de uma música do Tony Carreira que tinha ritmo latino (pudera) e que era muito linda, o Tony era o ídolo dela... "Chega!", gritou a quente da professora; "Vocês não ligam nenhuma à música. Só querem saber que o cantor está na moda e que é lindo. Alguns desses que estão na moda nem cover fazem, é mesmo plágio!". A turma toda calada e com cara de rabo. A professora descascava neles, bando de meninos da mamã alienados. A moral do Zé estava em alta cada vez mais, porque se sentia finalmente compreendido. Pergunta seguinte, Religião e Moral, acção a fazer com um mendigo. Tudo a dizer para dar esmola. Diz o Zé "Nada!". A turma a troçar dele de novo. Diz a professora "Está certo Zé! Por muito que nos custe, não devemos dar peixe, mas sim ensinar a pescar. Os mendigos precisam de um tipo de ajuda muito mais organizado que isso, que os possa integrar para deixarem de depender deste tipo de esmolas!". Zé sentia-se especial pela primeira vez. As suas ideologias estúpidas começavam a ganhar sentido na ética social mais correcta. Mas viria a polémica pergunta algébrica. "Zé, quanto dá a soma de um mais um?". Zé, apesar de saber a resposta correcta, neste sonhos respondeu dez. Gargalhada geral. Desta ele nunca mais recuperaria. Nunca mais teria a auto-estima. Mas o creme no cimo do bolo (a cereja seria a prof toda nua na sua cama) foi a professora dizer "Boa. Pensaste mais à frente. De facto, no sistema binário, é essa a resposta. Vê se vais aprendendo a contar e somar no sistema decimal, mas fica sabendo que tens jeito para contagens digitais.". A turma fez silêncio. O coração de Zé palpitava. À frente daqueles papalvos todos, não foi tratado como um totó. Tinha ideias que continham sentido, apesar de precisarem de mais luz e, por ser diferente, não queria dizer que devia ser deixado de parte por esses meninos bonitos que se dizem normais mas que o comum cidadão designa por queque. Era o momento de claridade do Zé. Podia ser alguém.

Abriu os olhos de repente. Cama toda molhada. Tinha sido da imagem da professora. Levantou-se, lavou a cara e foi ver se arranjava trabalho.

Para este Natal, o nosso desejo não se fica só por essas lamechices. Desejamos que todos sejam justos, de modo a que este mundo funcione melhor. Desejamos que nunca se deixe ninguém de parte, e que pratique caridade construtiva todo o ano e não caridade dependente só pelo Natal. Desejamos que todos abram os olhos e saibam escolher pessoas pelas ideologias e não pelo partido onde "jogam". Desejamos que a cultura não se guie por modas, para que saibam todos o verdadeiro sentido da palavra apreciar, quando aplicada às artes. Falando em modas, desejamos que a sociedade deixe de se guiar por essas fashions que provocam uma alienação cansativa e sem cor, deixando de parte todos aqueles que são diferentes.

Falando em plágio, acho que alguém aqui no "burgo" copiou esta canção latino-americana.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Conto de Natal

Ui! O quê? Nah... Deve ser engano... Cont... Contos... De coiso... Ha... De Natal... Aqui? Nem pensar. Ai bolas. Era o que faltava. Só faltava agora aqui a Leopoldina e a Popota... E aquele gajo que imita cantores sul-americanos... Ai agora não me lembro do nome... O coiso... O Tony Autocarro ou Expresso ou Carreira... E depois andavamos a fazer caridade neste dia, no resto dos dias os desgraçados dos putos andam cheios de fome que até trincam os dedos.
Devem-se ter enganado no canal. Isso é mais para a TVI e a SIC para mostrarem que lá os Jet's não passam o dia a não fazer nada. Eles lá andam a falar com os putos tipo: "'Tá a ver Jacinto? O menino nunca foi ao Casino de Estoril? Ah pois não o menino é muito novo e ainda não tem dinheiro 'tá a ver?... Como é que você se chama?...".
Não. Não é hoje nem aqui.
Pedimos desculpas.