quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O mistério do desaparecimento dos bancos

Quem pode explicar este misterioso e dramático evento? Ainda não percebi. Os bancos articulados dos metros do Porto desapareceram de repente!
Mas que se passou? Há alguma explicação para tal sucedido. Falo com mais realce dos da linha D Amarela que liga a Invicta à outra única cidade com seis pontes (Gaia). Quem foi o perpretrador de tal acto? Aqueles bancos que serviam para quando a gente andava mesmo necessitada de se sentar e estavam os outros todos ocupados. Mas, caso estivéssemos cansados do "cú no mocho", bastava arrumarmos o banquinho e encostarmo-nos ao resultante de tal magia automática. Desapareceram. Ficou só o encosto. Haverá explicação?

Fica o espaço para divagações. Tenho uma hipótese.
Convenhamos que, perto desses bancos, mesmo ao lado do local onde a cabeça de um utente se iria localizar em posição de sentado, figura um pequeno autocolante com a seguinte mensagem: "Por favor não use estes bancos em horas de ponta." (é, mais ou menos, isto; agora não sei bem). O que se passava, é que muitas senhoras (de gerações muito acima da minha, por exemplo) faziam uso desses bancos quer fosse hora de ponta quer não, quer pudéssemos fazer a espargata dentro do veículo quer estívessemos enlatados. Será que foi aí que residiu tal problema? Será que quem manda mandou retirar esse acessório porque estava a ser usado de maneira errada, desrespeitando as indicações, causando mais aperto no interior do veículo?
É que, quando falo destas senhoras, devo-lhes o respeito, visto serem anciãs, merecerem um lugar sentadas tal o peso da idade. Mas qualquer um bem civilizado ceder-lhes-ia o seu lugar se necessário, algo que acontece em boa regularidade e quase tradição no serviço de autocarros. E, também, essas senhoras ainda estão, na sua grande maioria, capazes de esforços do dia-a-dia, podendo ser tidas em conta como qualquer outro. Assim, se qualquer outro pode ir em pé uma viagem por causa da hora de ponta, elas também. Mas o panorama era sempre o mesmo. A senhora sentada, sem ligar nenhuma à mensagem ao seu lado, causando engarrafamento no metro. E eles tiraram os bancos.

Bem, convem ainda dizer que, aos poucos, eles têm voltado. Já podemos contar novamente com estes amigos de curtas distâncias. Um deles para sentar e outro, ainda, para colocarmos o cotovelo se quiservos descansar o braço. Muito úteis. Respeitemos as indicações a respeito do seu uso, de forma a deixarmos rolar o civismo no dia-a-dia.

P.S.: Há também a teoria que, devido à crise financeira mundial, os bancos do metro, tal como muitas outras instituições BANCárias de todo o mundo, não escaparam a tal devastação.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mary Poppins

Há modas e modas. Algumas entram bem na cabeça de uma pessoa. Outras começam esquisitas. Outras não entram. Desculpem, mas não entram. Vivemos numa sociedade, desde quase sempre, e cada vez mais dominada por esse fenómeno que é a moda. Enfim.
Uma moda que veio para ficar, foi a moda relativa ao guarda-chuva. E porque acrescento eu a palavra "relativa"? Porque se fosse só a moda do guarda-chuva era porque toda a gente usava este útil instrumento. Mas acontece precisamente o contrário.

Saio à rua, de manhã, com uma chuveirada ao ar livre, levo sempre o meu amigo, o maior que encontro, para me abrigar e assegurar que, pelo menos a cabeça, chega o mais seca possível ao destino. Não esqueçamos que a cabeça absorve grande parte do frio ou calor do corpo. Qual não é o meus espanto quando reparo que grande parte das pessoas na rua não usufruem dos serviços do protector pluvial. Isto durante dias e dias, desde que me lembro. As pessoas preferem molhar-se a incomodar-se com mais um peso na mãos.
A sério!

Vou na rua, e a rapaziada toda contente, completamente molhados, no meio da chuva, sem mais protecção que a sua roupa sobre o corpo. E eu penso o seguinte: "e o burro sou eu?". Isto é, agora sou antiquado se andar de guarda-chuva à chuva?
Começo a pensar em teorias. Ora consta que, segundo quem acompanha, aquele programa pedagógico que dá no horário da TVI que dá de seu nome "Morangos com Açúcar" (pois, porque homem a sério gosta é de morangos com chantilly; explico noutra história) não engloba a estação do Inverno. Ou seja, toda a série daquela "fantochada" é preenchida por duas únicas estações: O Verão e o Estio. Durante todo o ano, ninguém anda com casacos e cachecóis, nem ninguém apanha uma molha, nem se vêem guarda-chuvas. Ora aqui está. A nossa dita "chavalada" adoptou o estilo dos seus ídolos (cada vez mais perfurados de piercings e outras esquisitices, diga-se), deixando o guarda-chuva para a história, preferindo andar todos molhados, aos gritos à chuva e aproveitando para ajeitar os seus penteados como os da novela com a humidade conferida pela pluviosidade.

Ou então outra teoria. Esta é simples de explicar. Se há alguns anos a prepotência morava no lado docente, parece que, com o decorrer do tempo, e o incitamento à emancipação da geração rebelde, a prepotência se aproveitou da inocência forjada dos educandos para os "possuír". Será que a rapaziada de hoje em dia prescinde do peso do guarda-chuva para carregar uma 9mm na sua mochila? Não sei. Às vezes é precisa. "A «prof» é muito chata" ou "hoje ela vai entregar os testes e se der nota má dou logo conta do assunto", ou "ela há dias confiscou o telemóvel a não sei quem e comigo não há-de ser igual". Enfim. Quem manda aqui é o menino de quem os pais se estão a marimbar, só querendo que vá às aulas e que no fim venha a casa e veja lá os "Morangos", jogue PlayStation, faça o que quiser mas não os chateie.

E quanto a estes meninos, está visto: o guarda-chuva que se dane.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Futebol sem palas

Acredito pouco na comunicação social. Após um campeonato 2003/04 em que o Porto era definitivamente a melhor equipa e venceu tudo sem sombra para dúvida, virem acusar de corrupção por dois ou três jogos em que o Porto não usufruiu de vitória sequer; tudo isto fomentado por uma senhora cujo discurso já deu para provar que não tem credibilidade; tudo isto “abafando” outras vergonhas tais como escandalosos jogos em 2004/05 que deram um título ao Benfica. Pela promoção da comunicação social contra o Porto, não encontro credibilidade.

Assim sendo, analiso eu, discutindo sempre com adeptos de outros clubes, fanáticos ou mais imparciais, de modo a encontrar a hipótese mais provável.

Analisemos o histórico:

1º - O Benfica ganha um jogo na Luz contra o Braga com um golo de fora-de-jogo de “quilómetros”. Não fez por muito mais o Benfica, ao contrário do Braga que carregou sempre, jogando o seu futebol massacrante mas nunca conseguindo o intento. Mérito defensivo para o Benfica, sem dúvida, mas muitas jogadas cortadas pelo árbitro. Dois lances passíveis para penalty a favor do Braga. Um deles, sobre Alan, discutível, aceitável quando não marcado. No outro, relembro que o jogador lesado saiu a voar autenticamente pelo campo fora, após uma entrada a pés juntos do defesa. Sem poder finalizar o seu fio atacante e sem poder materializar estes lances, é claro que a revolta é enorme.

2º - O FC Porto perdeu a liderança nessa mesma jornada, ao defrontar um Trofense com um estilo de jogo típico (o dito “autocarro”) e um (em dois possíveis) penalty por marcar por uma falta óbvia sobre Lisandro dentro da área, onde o argentino foi rasteirado por um defesa adversário. Resultado final: 0 a 0.

3º - O Sporting “carimbou” (o que não quer dizer que não passaria se não ganhasse) a passagem às meias-finais da Taça da Liga, onde tem o benefício de jogar em casa, com uma vitória sobre o Rio Ave com um golo de fora-de-jogo escandaloso de Vukcevic, reconhecido pela opinião pública geral, mas pouco discutido em polémicas.

Jornada seguinte:

Após empates do Benfica e Sporting, o Porto joga a sua oportunidade de voltar à liderança em Braga. Um golo mal validado. À beira dos golos acima referidos, é um “anjinho” das ilegalidades e, ainda assim, Hulk encontrava-se algo avançado face à linha defensiva. Um golo mal anulado a Tomás Costa. A linha defensiva deixa Tomas Costa em jogo. Lance entre Cissokho e Alan. Há puxão de Cissokho à camisola do extremo ainda fora da área, sendo que o último contacto entre os dois, já sem falta, é feito no máximo em cima da linha de área. Lance entre Helton e Meyong com contacto inevitável e dentro da pequena-área (área do guarda-redes), onde Meyong disfruta desse contacto para uma possibilidade de usufruir de um penalty. Mas contacto inevitável devido à mancha de Helton, casual. Guarin corta a bola com o braço, sim é penalty. Lisandro López foi apanhado três vezes em fora-de-jogo. Para quem viu em directo o jogo, esses lances no mínimo suscitavam dúvidas. Os comentadores pouca importância lhes deram. A realização pouco as repetiu em comparação com o primeiro golo – afinal são do mesmo tema de foras-de-jogo. Pois pelo menos dois são de caras mal marcados, com Lisandro a partir sempre das costas do defesa. Lances que deixariam o argentino isolado de maneira semelhante à do segundo golo. Poderia não ser golo (para quem falhou aquele da assistência de Cissokho). Mas os penaltys reclamados também poderiam não ser.

O primeiro golo tem influência no resultado? Tem sim. Poderia ter sido diferente. Mas quem diz que, caso o primeiro golo fosse invalidado, seria o Braga a ganhar ou haveria empate? Neste jogo, como na maioria deles, as equipas jogaram em função do resultado. Se o Braga jogava com mais garra porque queria logo de início ganhar e encontrar-se-ia depois a perder, o Porto jogava mais sereno, começando o jogo com «tranquilidade» e controlo emocional, encontrando-se logo depois a vencer, continuando a jogar em função desse resultado. Talvez se não tivesse havido o primeiro golo o Braga tivesse ido e marcado, ao continuar o seu jogo com garra. Talvez o Porto fizesse mais investidas como estava a fazer naquela fase e acabasse mesmo por marcar primeiro. A história alternativa de um jogo é como um prognóstico: nunca é uma certeza.

Assim sendo, há um golo mal validado e um mal anulado. Há três foras-de-jogo, dois deles mais claros, mal tirados a Lisandro. Isto para o Porto. Porque para o Braga há um penalty não marcado, a juntar ao tal golo mal validado. Não queiram comparar isto com o vergonhoso jogo da Luz. Conforme disse, na Luz não deixaram o Braga jogar. Ontem, a equipa atacou e criou perigo, ficando mérito do Porto ao evitar o pior (uma grande defesa de Helton à cabeçada de Orlando Sá, em exemplo).

A grande verdade aqui é que a arbitragem está muito mal. Erros ocorrem jornadas após jornadas. Em meu entender, os três grandes são quase sempre os mais beneficiados. Mas o Benfica tem disposto de mais benefícios, consequência ou não. Ainda acredito que a mão do Miguel Vítor desviou a bola. Senão, que objecto estaria naquele lugar quando a trajectória do esférico mudou de repente?!

Quanto a Jesualdo Ferreira, divido-me. É um bom (não excelente) treinador que sabe moldar (alguns) jogadores, sabe rodar promessas não tão confiadamente como o Sporting mas também não tão impeditivo como o Benfica (para mim os extremos na aposta em jovens), sabe, por vezes, incutir a confiança necessária. Mas sai-se mal na falta de garra, na má prospecção de jogadores e, por vezes, na forma de falar. Por vezes toma um discurso arrogante. Algumas citações são necessárias para o clube, sabendo falar, sim senhor. Mas outras não vêm em boa hora. Quando referiu não falar em arbitragens, a estatística não mentia: raramente se queixava, atribuindo à sua equipa a responsabilidade dos desaires. Eu tento ser imparcial, mas mesmo para qualquer portista a jornada 14 foi revoltante. Com o jogo Benfica – Braga e o Porto prejudicado com o Trofense, Jesualdo iria continuar sem excepções ao deixar os erros que nos prejudicam directamente de fora? Referiu que, todos viram, os adversários foram ajudados naquela jornada e o Porto prejudicado. Há limites para tudo, e para Jesualdo o limite para não atacar os árbitros pode ter acabado aí.

No entanto a imprensa promove isso. Ataques aos árbitros e ênfase ao Benfica. Reyes, Aimar, Suazo, Yebda, Nuno Gomes, Quique, Rui Costa, etc aparecem todos os dias em manchetes por isto ou por aquilo e o resultado vê-se. O Benfica joga mal, ganhando quando a coisa corre “menos mal” ou quando há erros de arbitragem a seu favor. A imprensa devia dar mais valor a outras figuras. Hulk, uma força da natureza. Vukcevic, injustiçado mas com provas dadas de dia para dia. Luís Aguiar, o génio de uma quarta potência [Braga]. Nené, um goleador de serviço no Nacional. Beto, a promessa portuguesa na baliza. Todas estas figuras que também mereciam destaque na nossa imprensa são abafadas pelas nulidades (até agora) dos vermelhos. E isto revela-se também nas opiniões e análises às mais diversas questões que aparecem todos os dias. Por isso sugiro que analisemos também nós os lances. A nossa visão, a da imprensa na mesma e a de amigos adeptos dos mais variados clubes, ferrenhos ou mais imparciais, devem dar a hipótese mais correcta da verdade dos acontecimentos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Alface

Mas porquê, PORQUÊ que quanto mais pago de metro, mais minutos tem o tempo de espera pelo veículo em cada estação? Alguém me explica? É que, por essas e por outras, dá cada vez mais repulsa olhar para aqueles (não todos) revisores de nariz empinados, mortinhos por caçar uma multa para subirem na hierarquia lá que eles têm. A sério. Um metro da linha amarela tinha tempo de espera à volta dos quatro minutos. Agora apanho sempre sete minutos. E metros de só uma carruagem? Passa por vergonha! É a metro do Porto. Temos que gramar.
Enfim.

Mas o problema nem é no Porto. Esqueçam lá a Invicta e os seus transportes, que estão aqui muito bem, apesar de tudo. Reclamamos mas queria-nos ver a pé. Passemos à raíz de todo o mal: Lisboa. Sim, a nossa capital, é gira e tal. Mas é a raíz de todo o mal, vão ter que me desculpar.
Há dias, fez para aí não sei quantos anos que o vulcão dos Capelinhos entrou em erupção lá nos Açores. Fizeram um especial no telejornal da RTP, dando privilégio às notícias dos insulares. Uma das coisas que me chamou a atenção foi uma afirmação de um responsável lá por uma iniciativa qualquer, que referia que "a comunicação social não dava muita importância ao que se passava lá nos Açores" (com aquele sotaque muito esquisito).
Ora aí tens, ó chefe!

No fundo, a comunicação social faz isso com todo o sítio do rectângulo e autónomas, menos... adivinha... Lisboa! A capital, cidade de Ulisses é o centro de todas as atenções. Se alguém morre ou teve acidente ou assim foi em Setúbal, na IP4 em Tras-os-Montes ou assim (com todo o respeito a quem passa por isto). Só algumas das notícias acerca de coisas do mundo mais rural que para os "cocozinhos" lá do burgo são novas. Agora o resto é tudo para Lisboa.
É assim o país que temos. E o exemplo vem mesmo lá de cima. Noventa por cento das verbas para a cultura ficam-se pela capital. E o resto do país?

No futebol, todos os dias temos que gramar com o quotidiano do Benfica. E o Rui Costa disse não sei o quê. E o Aimar está de novo lesionado. E o Reyes não sabe se vai jogar. E o Benfica está em grande forma (para poucas semanas depois)... E o Benfica está a jogar pior que nunca. Resta um pequeno espaço para dizer que o Futebol Clube do Porto ganhou e passou para a frente. E mais nada.

E assim termina a inútil divagação. Podem ter a certeza que, mesmo que isto tivesse mais significado, não passava em nenhum jornal ou programa de rádio ou televisão.
Lembrem-se sempre disto e não tapem os olhos. Todo o resto do país, e mais o interior, é preterido face à cidade de Lisboa. Sem querer desrespeitar as gentes de lá, dêem-nos mais atenção por favor.

E ponham os metros a andar decentemente cá no Porto!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Pela Ordem e Pela Pátria (Um pequeno encore)

A pedido de muitas famílias… Pum Pum Pum… Tirólinhas Escadote mais conhecido por agente Tirólinhas voltaria a bater furiosamente na parede. Desta vez por causa dum estore que faz muito ruído ao movimentar-se verticalmente… Pum Pum Pum levou resposta enquanto vários estores da casa se movimentariam provocando irritação a Exmo. Sr. Escadote, aproximando-nos do desafio final : Agressões verbais…
Faltou apenas a musica de fundo do Matrix à medida que o Sr…… Moina se aproximaria da sua janela para reclamar o achava seu por direito, tal grito do Ipiranga. A música mudara para a do saudoso O Bom, O Mau e O Vilão…

Suores frios, quentes, mãos tremiam a medida que os seus coldres eram ajustados milimetricamente. As mulheres gritavam, as crianças choravam, os cães ladravam, a caravana passava ( Mas qual caravana? Alguma roulote de Cachorros? Onde onde?).
Rajadas de tiros assolam a terra fustigada, mas mulheres gritam, as crianças choram, os cães ladram, a caravana… já vai longe…… O pó levantado não permite que se veja quem subsiste de pé… o cangalheiro esfrega as mãos de satisfação vendo negócio a vista, com um sorriso cínico…

Azar dos azares… ninguém caiu morto, o cangalheiro vira costas praguejando “Ora f*da-se”, as mulheres já não gritavam, as crianças já não choravam, os cães roíam pacificamente os ossos do jantar da noite anterior, a caravana fazia escala em S. Martinho do Campo.
Tirólinhas Escadote levaria golpe de misericórdia com a excelente citação “Meta a chupeta e vá dormir”.

Dos fracos não reza a historia e glória, mulheres e vinho ao Vencedor!!