sábado, 2 de maio de 2009

Estado de medo

"O Pinóquio despistou-se no Alto de Espinho!". "Está certo. Levamos então uma ambulância e atiramo-lo de uma borda abaixo lá no meio do Marão!".

Ora aqui temos o relato da fala sonâmbula de um bombeiro da zona do Marão durante o descanso de uma das várias noites de serviço. Relata uma suposta assistência a um acidente na IP4 relacionado com o eng.(?) Sócrates. E diga-se desde já, o sentimento dos outros bombeiros não difere muito!

Começo a ter medo. A sério que sim. E, desbocado como sou, nem pareço ter medo a muita coisa. Mas a verdade é que tenho. Onde vivo eu?
Aquele que, por sufrágio (choradinho) conquistou a posição de primeiro-ministro português está envolvido em várias questões que levantam dúvida. E não se passa nada. Vejamos: parece que a sua licenciatura como engenheiro não foi de confeção regular. A mesma coisa de comprar um vinho do Porto numa cave em Gaia e outro numa cave em Espanha. Pouco sei a respeito desta questão. Mas consta que terá "comprado" o seu diploma (que foi passado a um domingo!). Adiante. Há a questão relacionada a algo ilegal na câmara da Guarda... Já nem me lembro do que era...
Temos a nova questão do freeport. É tudo com todos menos com ele.
Em que ficamos então?

Às vezes tenho medo de me perguntar a mim mesmo: "E se fosse comigo?". Acho que estava preso à barra dos tribunais e, face a tais provas, ou arranjava bons advogados ou estava na cadeia. Mas, pasme-se, este senhor não. O seu discurso de uma suposta "campanha negra" de inocência por si só basta. Está em algum ponto da Constituição que a palavra do P.M. vale de contra-prova? Não seria preciso uma investigação como com qualquer um? Não há provas públicas de que ele pode ser mesmo um corrupto nesse caso freeport? Não falo de umas escutas telefónicas onde a linguagem dos intervenientes é mal interpretada como com o caso do Presidente do F.C. Porto. Falo de um suposto vídeo onde alguém confessa o seu envolvimento e o envolvimento do, então, ministro do ambiente.
O Dr. Santana Lopes, com muitos menos erros, só por ser um boémio viu o seu governo destituido. Todos os governos têm as suas coisas más. Na altura do Santana, estavam a filtrar só as más, "arrumando" com o pobre do homem. E, sr. Cavaco Silva, que também teve coisas más mas que admiro pelas boas, não podia fazer algo mais face à nossa situação?
Não falo só destes escândalos. Apesar de que, por si só, já deviam ser suficientes para tirar a credibilidade a este senhor. A governação é má. A educação e a saúde empobrecem. A indústria desmorona-se. A crise mundial não deve ser a única desculpa para tal problema, pois ainda há dinheiro para que assessores com menos habilitações que alguns desempregados ganhem dinheiro como cabelo, para dotar a assembleia da República com obras e carros no valor de milhões...

A mais recente manobra, digna de um filme, foi a operação de interrogatório a miúdos de uma escola em Fafe que organizaram um protesto contra a Ministra da Educação. Uma autêntica acção a la PIDE (sem tortura - era o cúmulo). Onde é que já se viu?

Esperei, na noite de 24 para 25 de Abril, que desse alguma música simbólica na rádio (uma "Sem eira nem beira" talvez) e que alguém fizesse algo. Mas cansei-me de esperar. Porque é o que todos fazem: esperam que alguém faça algo e não fazem nada. Só sabe fazer política e não governação. Somos governados por possíveis corruptos e ninguém investiga isso a fundo. E ele lá pede mais votos, uma maioria absoluta. Continua a dizer que é inocente e um santo, como se estivesse a querer acusar os outros partidos políticos de difamação, uma campanha de "bota abaixo" sem propostas de recuperação para o país. Baseia-se nas básicas coisas boas que fez, esquecendo as péssimas coisas más que deixou para trás. E, enquanto a democracia for exercida por eleitores na sua maioria cegos por uma côr política, que difundem esta máxima, sendo sempre a mesma eleição de quatro em quatro anos, assim continuaremos. Tenho pena.

1 comentário:

cara cool disse...

Vou travestir-me de Edite Estrela (PS) NÃO para uma intervenção política mas de português: "acesso" e "acessório" é assim que se escreve; já "assessor" é deste modo! Sem ofensa, hoje deu-me para isto, peço desculpa! Pelo menos fica a saber que há alguém que lê... Tomara eu poder dizer o mesmo!