sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A Lairona

Eu ando
Eu ando
Eu ando entusado de ideias
A culpa
É da minha mãe
Que já não me lava as meias

A nossa história passa-se num local onde não se passa nada. Era uma vez um país chamado Fudamalpaga. Os seus habitantes eram os Fudidosemalpagos. Fora fundada por um rei cheio de pica, que se virava para todos os lados a lutar por algo que todos os fudidos(...) concordavam com ele: a sua identidade não era a mesma que a dos restantes habitantes do primeiro reino de onde esta nação fizera parte: a Coñia, onde viviam os coños.
Liberdade atingida, esse pequeno país foi-se desenvolvendo. Foi crescendo e alargando-se, até ganhar a sua forma territorial, que hoje ainda tem. De repente, o grande salto:
As armas e os barões assinalados
Que, da terrestre base fudidana
Por espaços nunca antes navegados
Passaram ainda além da Lua
Em perigos e asteróides esforçados
Mais do que prometia a força humana
Entre seres remotos edificaram
Nova galáxia que tanto sublimaram

Ora aí está. Numa épica expansão espacial, os fudidosemalpagos deram novos mundos ao mundo, escrevendo o seu nome na história.
Até que, tudo se começou a desmoronar. Um rei que, esquecendo a grande vantagem espacial, quis conquistar, em jeito de vaidade, toda a terra, morreu nessa vaga luta. Mesmo assim desejado, nunca mais voltou. E os coños voltaram a tomar conta do burgo. Com o sistema já todo gasto pelo império coño, também ele decadente, os fudidosemalpagos lá conseguiram retomar o jeito, à custa de nova luta pela identidade.
Mas não havia esperança para eles. Com o império espacial a ser rapinado por outras nações emergentes, vieram as cabeleiras com toda a sua paneleirice e chiqueza, vieram os que queriam mandar sozinhos, logo a seguir derrotados, vieram os ministros da monarquia, que acabaram por se encontrar a mandar sozinhos, outra vez. Veio de tudo. Revoltas e revoltas pelo poder absoluto de uma nação que, como um balão cheio para além do seu máximo, se esvaziava até o seu estado normal - desmoronava-se.
O poderio que outrora fora enorme, caía com um mapita de cor "apanascada" com os maiores imperialistas da história a ameaçar guerra. Os fudidosemalpagos lá cederam aos caprichos desses senhores.
Um dia, de forma totalmente, diga-se, democrática, vieram os políticos e disseram: "como a monarquia só existe há meia dúzia de dias, vamos deita-la abaixo e mandar nisto". E foi o que quiseram. Usando como bandeira uma gaja com umas mamas muito piramidais, lá mandaram o rei tomar chá, e tomaram conta daquilo. Em poucos anos, com o funcionamento exemplar que aquilo levava, mais uma revolução. Como todas as outras, de início bradada aos céus... mas alguns anos mais tarde detestada. Uma espécie de absolutismo conhecida mais por... ditadura. Os fudidosemalpagos não se encontravam realmente contentes desde a dita expansão espacial. O país desmoronava-se sobre si próprio e sobre uma guerra que constava na libertação das colónias da galáxia/rapinação por outras potências emergentes das mesmas colónias. O povo cansou-se e... adivinhem - revolução. Depois da história das perucas e do mapa apanascado... uma revolução com florzinhas. Talvez a última esperança dos fudidosemalpagos encontrarem estabilidade. Wrong answer! As colónias espaciais foram entregues de repente, deixando os fudidosemalpagos de lá sem absolutamente nada, a fugir para não morrer. Os bons líderes eram sabotados e assassinados e os maus conseguiam o que queriam com promessas e lengalengas. Volvidos quase trinta anos, os bons começavam a deixar o país, não querendo chatear-se com tal marasmo.
Ficam agora criminosos, mal licenciados e prepotentes no governo. Ficam uns a puxar pela esquerda e outros a puxar pela direita, levando à quebra da nação. Que fazer? Outra revolução? Naaaaaaaaaaaaaa. Só iria dar no mesmo.

Talvez a solução de todos estes fudidosemalpagos resida em não querer trabalhar só com a esquerda ou com a direita, mas com a cabeça, levando o coração no sítio certo. Todas as ludibriações de quem quer mandar deviam desaparecer. Mas isso era mudar mentes. E tal é impossível. Deviam, no fundo, fazer jus aos seus antepassados que, tão democraticamente (?) lograram por esquecer. A história da Fudamalpaga é uma autêntica distopia. Quais as probabilidades de ser real?

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