quinta-feira, 26 de junho de 2008

Diferentes tipos de músicos filarmónicos

Ora vamos lá falar de um universo pouco conhecido para alguns. Por vezes, somos confrontados com leigos a dizer "Olha ali a Fanfarra!". NÃO SEUS ENERGÚMENOS. A Fanfarra tem aqueles tipos a tocar percussão e metais sem pistões sem ritmo e as miúdas com o pernil todo à mostra a abanarem aqueles sticks. A outra coisa, com mais variedade de instrumentos é uma Banda Filarmónica. Sim isso. É difícil de pronunciar não é? Pois eu sei. Fila quê? Filó? Filomena?
Não, não é a Filomena.

Adiante. Nestas Instituições (NÃO SÃO FANFARRAS), quem lá toca, são os músicos - obviamente. Podemos distinguir variados tipos de músicos filarmónicos.
Em primeiro lugar, destaquemos aqueles que, não se nota, mas são dos mais importantes. Falo dos músicos de nível amador, que dedicam a sua vida a uma Banda, onde aprendem as notitas, escalas, intensidades e essas coisas todas que dão para fazer barulho. São pessoas humildes e sem planos ambiciosos (ou gananciosos) relativamente à música. Simplesmente gostam de uma Instituição, que representam e dão tudo por ela. Tornam-se, um dia mais tarde, em símbolos da Banda, aqueles velhos com lições a dar aos mais novos, tal como o amor a essa Banda e o respeito.

Em oposto a isto, aparece o músico profissional. Em grande maioria, o músico profissional é um dilema. Trata-se de um personagem que fuma como uma autêntica chaminé... e é musico de sopro inclusivé. Entre eles o ambiente é o máximo. Falam de tudo e mais alguma coisa com um à-vontade aliciante, gargalhadas atrás de gargalhadas. Fora isso, não passam cartolina aos que não são do seu nível e metem logo conversa aos que são de um nível, digamos que, superior. Riem-se de coisas que mais ninguém percebe e falam de assuntos e pessoas que mais ninguém conhece. Quem tenta entrar neste ambiente, ou tem sorte, ou deixa-se fazer figuras, ou sente-se desprezado por eles.

Entre estes dois, mais perto do músico profissional, há o viajante. Uma personagem afável, que tanto pode ser de espírito festivo e alegre, como pode ser mais calmo e observador. Vai a todas as bandas e festas que precisem dele, tanto para ganhar uns trocos, como para ver festas e tocar. Ambienta-se com os elementos das diversas instituições, ganhando conhecimentos, tanto de pessoas e amigos, como de música.

O expoente disto tudo é o senhor música. Este é uma autêntica ave rara. Ele toca, fala, come, respira, sonha, excrementa música. Está sempre na sua cabeça. Deve ter sido feito ao som de uma 5ªa de Mahler ou de um 1812 mesmo nas alturas com canhões a sério. Ele é o tipo que se levanta para ir trabalhar na música, toma as suas refeições a trautear uma marchinha, adormece ao som de uma overture, e sonha com a overture da sua autoria. Vive uma vida de autêntica correria com tal entrega, e sofre de caricatas e preocupantes falhas de memória.

Fica assim uma observação, talvez subjectiva (MAS É O QUE HÁ...), de músicos que se podem encontrar numa Banda Filarmónica. Agora a verdade, é que ninguém é músico a sério. Música é perfeição, e a perfeição ninguém a atinge (SÓ EU HI HI HI HI), de modo que interpretar uma música nada mais é que a busca dessa perfeição. Assim sendo, músicos são exploradores de limites que ninguém conhece ainda.

Mais um texto. Yupiiiiiiiiii. Quem não gostar recebe um chupa-chupa.

1 comentário:

Unknown disse...

gostei!! :D gostei mesmo!!! :D