terça-feira, 5 de novembro de 2013

A Venda de Esquina

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Aqui há tempos vi um filme, no meio do zapping habitual na nossa televisão que, não podendo agradar a todos, opta por não agradar a ninguém. Tratava-se de uma distopia, de baixo orçamento, que primava, ainda assim, pela originalidade da ideia. Um qualquer vírus começava-se a propagar, com o sintoma de aumento dos níveis de testosterona nos homens. Com isso, estes ficavam com uma agressividade maior, principalmente face às mulheres. Com o tempo, estas eram cada vez mais espancadas e, até mesmo, mortas. As mulheres iam desaparecendo no planeta, com a tal propagação do vírus e, em 2 ou 3 gerações, os seres humanos extinguir-se-iam. No final do filme, era apresentado ao espectador a finalidade de tal acontecimento: tratava-se de um processo silencioso de colonização do planeta Terra por parte de uns extraterrestres.

Pois bem, para quem acha que sou um teórico de conspiração e não gosta disso, não precisa ler mais nenhum parágrafo.

Vamos lá ver. Portugal sempre terá desafiado a ordem mundial das coisas... Quanto mais não seja, a partir do momento em que se tornou uma potência, derivado dos Descobrimentos ultramarinos. Senão, vejamos: Espanha viveu toda a sua história com o recalcalmento de inúmeras tentativas de nos anexar. Os ingleses, por mais que uma vez, lá se iam "encostando", a ver se ficavam com o burgo - tanto que a letra original d'"A Portuguesa" manda marchar contra os Bretões, ao invés dos canhões - os holandeses e ingleses "roubaram" o quanto puderam dos nossos territórios ultramarinos após a borrada de D. Sebastião, os grandes tiranos europeus guardavam a invasão a Portugal como a última grande demanda até ao Atlântico... Será que Portugal, na sua grande insignificância, interessa ou estorva assim tanto a alguém? Alguém, por aí (e agora não estou a falar em ET's, car*lho), deseja controlar este pequeno rectângulo que, embora poucos saibam, está cheio de recursos e é das melhores janelas da Europa para o Atlântico? Se sim, porquê?

Voltemos atrás no tempo... O século XX começa com as nações europeias a quererem repartir África por elas todas (ou a Inglaterra a querer dar só um bocadinho aqui e ali), deixando umas migalhas a quem "lá chegou primeiro" - nós. A gente quis um pouco mais, e logo os nossos mais antigos "aliados" estacionaram navios de guerra para nos tramar. A monarquia que tanto valor dava a esse nosso Império logo foi aniquilada. O Estado Novo que segurou esse colonialismo até ao fim, foi minado aqui e ali por outras potências que forneceram as guerrilhas que, bem, lutavam pela sua libertação em África...
Chegados ao fim disso, o que acontece? No jovem regime multipartidário de 74/75 é aclamado um novo Rei de Portugal e dos Algarves, de seu nome Mário Soares, que se passeia como se tivesse feito a Revolução sozinho. Logo se concentra em acabar com a guerra: concede independência às nações africanas e deixa de dar apoio do Governo aos portugueses (civis e militares) que lá estão, condenados a perseguição e fuga pela vida; sem planear o nascimento dessas novas nações, condenadas a guerras civis longas e mortíferas. Será que, nesse momento, o Bochechas não vendeu Portugal a alguém? Se sim, em troca do quê?
Desde então, e com a benção de Lorde Soares, Portugal meteu-se numa Comunidade Europeia e num Euro em tons de Reich e Marco, respectivamente, e como a actualidade comprova. O dia-a-dia de governação portuguesa resulta na criação de condições para os (jovens) profissionais portugueses não terem... Condições de desempenharem as suas funções. A emigração passa a ser uma opção cada vez mais comum, inclusive aconselhada pelos governantes e sempre relembrada, seja por anúncios da Sagres, seja pela personagem eleita como o "mais melhor" cantor das "camas solitárias" que, ele próprio ex-emigrante, muitas canções "compõe" baseadas na sua experiência. A cultura e as tradições nacionais estão cada vez mais destruídas e esquecidas, substituídas por modas importadas e com grandes nomes da história vetados ao pó. A língua portuguesa começa a ser mais brasileira (no palácio de Buckingham, há tabuletas com mensagens explicativas onde as versões portuguesas são sinalizadas com a bandeira do Brasil). No estrangeiro, Portugal é desconhecido, como se fosse uma província espanhola. De Hollywood, sempre que há referências a explorações ultramarinas, isso é sinónimo de Espanha - basta dar como exemplo as várias versões da viagem de Colombo, face à inexistência de uma sequer da viagem do Gama ou do Álvares Cabral, a primeira até bastante romantizada por Camões que, igualmente, vê Cervantes e os clássicos gregos já gastos nessas mega-produções e nem um cantinho para o épico Lusíadas...
A cereja no topo do bolo é, ainda assim, a estupidez. Sim, porque de geração em geração, os portugueses estão cada vez mais estúpidos. Uma qualquer excepção dirá "eu não sou estúpido, nem todos o são". Parabéns, é a excepção que confirma a regra! Os jovens que se vêem por aí são cada vez mais ignorantes, burros e sem ambições (reais) na vida. E, o pior, é que esse modelo é propagandeado pelas televisões em novelas, reality shows e programas "da Júlia" que, mais que mostrar o verdadeiro Portugal, impregnam esse verdadeiro Portugal no quotidiano...

Portugal fica, assim, cada vez mais sem cultura, identidade, coesão, intelecto, noção do que se vai passando, capacidade de reacção, potencial e talento que debanda para o estrangeiro. Fica um rectângulo com uns poucos proles e cheio de recursos que ninguém aproveita e ninguém guia para se aproveitar. Quem teria intenção disto?...

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