quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Futebol sem bola

Vai miúdo, finta miúdo!
Vai miúdo, finta miúdo!
Vai miúdo, finta miúdo!
Vai miúdo, finta miúdo!
......

Se repararmos nos tempos de FC Porto & José Mourinho, uma das grandes belezas e segredos da táctica de então era o chamado "futebol sem bola". Tratava-se da capacidade dos jogadores saberem qual a posição a ocupar, as desmarcações a tomar, mesmo quando não tinham a bola em sua posse. Dessa maneira, o jogador que queria passar sabia sempre onde se encontrava o seu colega, tornando o fio de jogo mais sólido e consistente. Mas não é desta treta que eu vou estar para aqui a falar.

Primeiro ressalvo que, a partir de 2009, este blog vai bater recordes de erros ortográficos. Isto porque entrou em vigor desde o início do ano o novo acordo ortográfico (brasileiro). Ora, a favor ou contra isto, não faço a mínima ideia do que mudou nem tenho cabeça para me pôr a par hoje em dia. Portanto, "siga a marinha".

Minha gente, após este à parte, quero-vos chamar a atenção do seguinte: há equipas a jogar muito futebol sem bola. Acontecimentos recentes ligam o Benfica a este futebol. Pela comunicação social, os encarnados ora já são os campeões, ora estão arrumados das contas do título. Isto semana sim semana não. Fora o meu repúdio por tal clube, eles neste momento são candidatos ao título a um ponto do primeiro classificado, nada mais nada menos.
O caso que me leva a lembrar agora disto é o do Pedro Mantorras. Desde a época de 2004/05 que admiro este jogador. Não obstante à vergonhosa caminhada ("ao colo") do Benfica, muito dessa vitória se deveu a este rapaz que era uma autêntica "arma secreta" - entrava e marcava. O Benfica queimou este avançado, que já não pode ser mais um jogador de alto rendimento, apenas tendo possibilidade de jogar os finais das partidas.
Consta que, na passada jornada, ele voltou à acção. E marcou mesmo o golo da vitória! De repente, o jogador de quem já ninguém se lembrava, que suscitava curiosidade por ainda estar no plantel, já era um jogador chave, que podia ter sido dos melhores do mundo, que carrega a verdadeira mística do Benfica. Como de costume, a agulha da balança virou.
O que se passa realmente é que o Benfica enaltece estes jogadores, Mantorras a glória sem possibilidades, Miki Fehér a lenda (o qual eu respeito), Aimar "o melhor número dez do mundo", Reyes uma jogador de grande nível... Mas os títulos não vêm apesar de tentarem ir buscar força a estes nomes. O futebol com bola não iguala a qualidade do futebol sem bola.
Quanto ao FC Porto, resta saber que o último jogador que deu em lenda de imortalidade, deu início à senda do Penta. Falo do Rui Filipe. Futebol sem bola no Porto é mística. E, aos poucos, talvez se tenha vindo a esvaír com o desgaste do azul de azul "porto" para azul celeste. Ficam as saudades dos treinadores que nunca a deixaram morrer (Yustrich, Pedroto, Robson, Oliveira, Mourinho, até mesmo Adriaanse).
Quem estará melhor colocado neste assunto talvez seja mesmo o Sporting. O seu futebol sem bola é mau. Ora queimam uns jogadores, ora os jogadores se queimam, ora perdoam-se uns aos outros. Pelo futebol sem bola, não iriam a lado algum. Mas a verdade é que aí estão, sempre a lutar com o que têm. Admiro isso.

Acabando este texto, já tendo acabado a exposição, quero agradecer por um comentário de alguém que o fez pela primeira vez, contrapondo o seu ponto de vista com o nosso, no texto anterior a este. Alguém achou interesse nisto. Isso é um risco sério.

Relembrem-se do Rui Filipe, o goleador que abriu caminho ao Penta...

... e de Miki Fehér.

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